"A BATALHA ESPIRITUAL E A VIDA MISSIONÁRIA"
Lição a ser ministrada pela por Willian Bonifácio em 05 de maio.
Libertação – A Batalha Espiritual em prol de outros
Libertação – A Batalha Espiritual em prol de outros
A
Palavra é clara ao nos revelar que aquele que comete pecado é escravo deste e
em conseqüência, escravo de Satanás (João 8.35). Sendo assim, a obra
missionária passa necessariamente pela libertação. Com isso não estamos falando de cenas de
exorcismo espalhafatosas, mas de ação completa do Poder de Deus libertando
vidas para o servirem sem restrições.
Haverá casos em que a simples oração de conversão será suficiente para
que uma pessoa seja totalmente liberta para o Senhor. Mas não devemos ignorar que em muitos outros
casos há a necessidade de um verdadeiro processo de libertação para que todas
as amarras do inimigo sejam cortadas.
Há
aqueles que defendem que a luta pela libertação dos cativos de Satanás passa
por um plano de ataque a nível mais geral.
É a chamada batalha a nível estratégico em que se atua sobre cidades
inteiras ou regiões e até países. Não
desvalorizando o trabalho desses irmãos a verdade é que a grande maioria dos
missionários é chamada a um trabalho bem mais individual. É a esse nível que devemos concentrar
esforços porque é aí que temos a maior base bíblica para atuar.
Precisamos compreender a importância da libertação espiritual. O missionário transcultural vai entrar em
regiões que foram dominadas por séculos por hostes malignas. Há tradições e costumes enraizados que servem
de prisão às pessoas. Essa prisão se
manifesta inicialmente na dificuldade das pessoas entenderem e aceitarem o evangelho. É quase visível o véu que lhes tolda a
compreensão das coisas espirituais. Uma
vez porém salvas, estas pessoas ainda carregam muitas coisas de sua vida
passada. Se desprezarmos o processo de
libertação estaremos permitindo que o inimigo inutilize o valor desta pessoa no
reino. Será um crente fraco,
problemático, que não se desenvolve e que dá mais trabalho ao pastor do que
ajuda. Nesses casos é bem provável que
seja preciso um trabalho mais profundo que permita a total libertação dessa
pessoa. Creio que por norma deveríamos
partir do princípio que toda pessoa precisa desse processo. Se ele se revelar desnecessário tanto
melhor. É preferível descobrir que não
era preciso a deixar a pessoa sofrendo se necessidade.
Em seu
interessante livro sobre o assunto, “Quebrando correntes”, Neil Anderson
afirma: “Antes de ser um confronto entre poderes, a Batalha Espiritual é um
confronto entre a verdade e o erro”.
Isto faz muito sentido diante da Palavra do Senhor Jesus em João 8.32:
“e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
O
processo de libertação implica em conduzir alguém nas verdades das Sagradas
Escrituras, ajudar esta pessoa a conhecer estas verdades e a tomar posse pela
fé da liberdade que lhe é assegurada em Jesus Cristo.
Um dia
alguém me perguntou se eu acreditava em casa mal-assombrada. Respondi que sim. Naturalmente tenho muitas restrições a esta
questão, mas, posso afirmar que já entrei em muitas casas mal-assombradas,
tomada de sombras, fantasmas, gemidos, ranger de dentes, queixumes e outras
expressões do mal. Famílias onde prevalecem amarguras que atravessam gerações,
ódio, indiferença, abuso sexual, violência, mentiras, hipocrisia, adultério e
outros males. É evidente eu Satanás está
fazendo um estrago tremendo em uma família com este perfil. A questão é: como expressar as formas de
lidar com assombração: acendam as luzes, exorcizem os fantasmas. Os demônios não permanecem onde as luzes
estão acesas. Eles têm horror à
claridade. Quero dizer, cultivem a
verdade. A verdade liberta. Por mais dura que ela seja, não pode ser
dispensada. Quando a luz de Cristo
brilha e a verdade das Sagradas Escrituras prevalece, as sombras são
dissipadas, os gemidos cessam, os monstros desaparece, os fantasmas se
diluem. E a liberdade reina.
- Não apenas na
questão da possessão demoníaca
Importa
considerar que a Batalha Espiritual se trava em várias frentes. Seria um equívoco imaginar que ela se atenha
apenas às dimensões interiores do coração ou da mente humana. Alguns parecem reduzi-la ao fenômeno da
possessão demoníaca, mas esta é apenas uma das frentes em que o inimigo tem
atuado na vida das pessoas. Como veremos
adiante, a luta com o reino das trevas trava-se em dimensões muito mais amplas,
desde a dimensão cósmica e invisível até as dimensões sociais, culturais e
históricas mais constatáveis.
Em seu
livro “Batalha Espiritual para todo cristão”, Dean Sherman identifica três
campos de batalha na vida pessoal do cristão (p. 45ss). Ele argumenta que o inimigo age estrategicamente
bombardeando estas três áreas de nossa vida.
Portanto, temos de fortalecê-las para podermos resistir; são elas: a
mente, o coração e os lábios.
- Cuidado com os
diagnósticos
Na
questão de ajudar as pessoas que estão em dificuldades, um fator importante é o
diagnóstico. Temos de pedir
discernimento ao Senhor para identificarmos com clareza a verdadeira natureza
do problema. É muito perigoso nos
precipitarmos no diagnóstico. Já tenho
presenciado casos em que um conselheiro afirma que uma determinada pessoa está
com problema de possessão demoníaca, quando mais tarde vai-se perceber que o
problema era de natureza emocional, ou até uma fraude determinada por outras
motivações pela própria pessoa. O
problema do diagnóstico precipitado é que ele induz a uma abordagem equivocada
e a um tratamento inadequado. Com isto,
o conselheiro se distancia da verdadeira questão e a pessoa não pode ser
devidamente ajudada.
Um
princípio importante é que o conselheiro espiritual precisa ter a capacidade de
observar, ouvir muito e manter o equilíbrio diante das situações mais tensas e
estressantes. Ele tem de sentir os
movimentos da pessoa que está sendo ajudada.
E agir de acordo com os indicadores que estes movimentos sinalizam. E mais, a capacidade de discernir a
necessidade espiritual ou emocional de uma pessoa é dada ao conselheiro pelo
Espírito Santo de Deus, portanto, o conselheiro tem de manter-se em permanente
espírito de oração e dependência do Senhor.
Por outro
lado, nada substitui a vida santificada e a comunhão com Deus. Um conselheiro cuja vida não esteja em dia com
Deus arrisca-se a passar por constrangimentos em uma situação delicada. Falta-lhe autoridade moral e espiritual para
atuar. Porém, se este for o caso, ele
pode e deve imediatamente quebrantar-se diante de Deus e assumir a sua postura
de pessoa coberta pela Graça de Jesus, resgatando assim a autoridade que o
Senhor lhe garante em o nome precioso e forte do Senhor.
- A importância
do inventário espiritual
O
primeiro passo a ser dado nesse processo é um levantamento exaustivo das
experiências espirituais dessa pessoa no passado. O Pr. Neil Anderson em sua obra “Quebrando
correntes”, dá um exemplo desse tipo de inventário. Todo envolvimento com o maligno, seja em que
forma for, deve ser revelado e então tratado caso a caso, demore tempo que for
preciso. Esse processo passa pelo
reconhecimento da própria pessoa sobre a autoridade que ela tem em Jesus como
filha de Deus. Não é um confronto de pessoas.
Não é um caso de exorcismo. É um
trabalho de orientação espiritual em que a pessoa compreende sua nova posição
em Cristo, compreende as conseqüências do seu antigo envolvimento com o inimigo
e aprende o que fazer para assumir a autoridade que Jesus nos outorgou.
Exemplo
1:
Uma
mulher na casa dos 40 anos, num contexto latino, criada no catolicismo onde era
praticante fiel. Devido ao seu
envolvimento na igreja romana ela fez vários tipos de votos a vários santos,
inclusive com sacrifícios físicos envolvidos e derramamento de sangue. Após sua conversão tinha dificuldades em orar
e se desenvolver espiritualmente. Depois
de um tempo de conversa ficou claro que os seus antigos votos na igreja
católica tinham sido porta aberta à ação do inimigo em sua vida. Foram-lhes explicadas as implicações
espirituais de seus atos baseado em I Coríntios 10.20. Ela orou renunciando a todos os seus votos um
por um. Houve um crescimento espiritual
muito mais efetivo após isso.
Exemplo
2:
Jovem de
20 e poucos anos, africano, de uma família com fortes tradições animistas. Era herdeiro de feiticeiros e desde sua
infância usava vários amuletos e participara de inúmeros rituais tendo sido
consagrado a vários espíritos protetores.
Após a conversão e uma alegria inicial natural, passou a mostrar pouco
interesse espiritual; faltava muito aos cultos e apresentava uma tristeza
incomum. Não conseguia orar e a Bíblia
não lhe fazia sentido, apesar de ouvir as explicações. Foi feito um inventário espiritual alistando todas
as cerimônias de que ele se lembrava.
Orou quebrando todos os pactos.
Desfez-se de todos os amuletos e outras imagens representativas de
espíritos. Passou a testemunhar com
vigor e alegria do evangelho.
Exemplo
3:
Senhora
de uns 50 anos com muitos anos de Igreja que orava em línguas em todas as
reuniões da igreja e manifestava o que ela dizia ser um dom de profecia. Aos poucos ela foi dominando a igreja e todos
a temiam por causa de suas adivinhações, que em regra, se cumpriam. Depois da chegada de um pastor novo à igreja
a situação começou a se mostrar quase impossível de sustentar. O jovem pastor conversou com a senhora
procurando saber quando tivera inicio aquelas manifestações. A mulher podia descrever exatamente a data e
ocasião. Fora numa reunião em que alguém
impusera as mãos sobre ela. Ficara sem
sentidos por vários minutos e ao despertar estava com aqueles “dons”. O pastor então provou os supostos dons e
ficou clara a presença maligna. A irmã
finalmente foi liberta e deixou de falar línguas e adivinhar. Deixou o orgulho que a caracterizara e passou
a se engajar num ministério de libertação.
Existem
milhares de exemplos semelhantes. Em
alguns casos o envolvimento foi pequeno e limitado. Em outros, devemos estar preparados para um
processo longo. Às vezes é preciso orar
para que o Espírito ajude a pessoa a se lembrar de coisas que ela tentou
esquecer. Algumas experiências são muito
dolorosas e será necessário ter paciência e muito amor para ajudar a pessoa. Há
vários livros que podem dar uma ajuda excelente nessa área. Cito como referência o livro já mencionado do
Pr. Neil Anderson.
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