"A ESTRATÉGIA DA BATALHA ESPIRITUAL"
Lição a ser
ministrada em 19 de maio.
Estratégia é uma das questões
fundamentais em uma batalha. O inimigo de nossas almas é
estrategista. Ele tem os seus exércitos rigorosamente organizados.
Ele se estrutura de modo objetivo e deliberado. E, um de nossos desafios
é discernir as estratégias do maligno. Onde ele pretende chegar?
Quais métodos ele está usando? Quais dissimulações ele está
praticando? Por outro lado, observamos nas Escrituras Sagradas que o
nosso Deus é extremamente estratégico. Costumo dizer que Deus “não prega
prego sem estopa”. Tudo que Ele faz tem um propósito. Portanto,
seguir a vontade de Deus e obedecer aos Seus princípios é absolutamente
essencial para ser vitorioso na batalha.
A
importância de formar uma cosmovisão
Uma das dificuldades que
enfrentamos na Batalha Espiritual é a falta de uma visão ampla do reino
espiritual, do sistema mundo no qual estamos inseridos, da história e do
contexto cultural que nos cerca. A esta perspectiva da vida e do mundo chamamos
de cosmovisão. Tal cosmovisão implica no tipo de leitura que fazemos da
realidade ao nosso redor.
No livro “E agora, como viveremos?”, Charles Colson e Nancy Pierce (CPAD),
denunciam com vigor a diferença que existe entre a cosmovisão do homem
pós-moderno em nossos dias e a cosmovisão bíblica. Eles alertam também
para a constatação preocupante de que a igreja de Jesus Cristo tem assimilado a
cosmovisão secular, o que prejudica sua ação como “sal da terra e luz do
mundo”. Nossa leitura do mundo e do reino espiritual tem de construir=se
a partir dos valores bíblicos e não da perspectiva e dos valores do sistema
mundo.
A
importância de buscar discernimento
Discernimento
é a capacidade dada pro Deus para perceber a essência das coisas, a sua
verdade com plena nitidez. O discernimento nos livra de sermos enganados
pelo inimigo. Sabemos que uma das características do Diabo é a sua
capacidade de se mascarar, dissimular e enganar. Em todo tempo, Satanás
se ocupa em iludir, criar fantasias e enganar.
Sabemos que a capacidade de discernir as verdades espirituais é obra do
Espírito Santo no coração do crente. O Espírito Santo nos guia em toda a
verdade.
Discernimento do tempo em que vivemos, das forças que estão atuando no mundo e
na sociedade, das estratégias que o reino das trevas está usando. A
compreensão de conceitos como a pós-modernidade, a globalização e o relativismo
ético e moral, pois estas forças estão ativas no mundo em que vivemos.
Tapando
as brechas
O apóstolo Paulo
adverte: “Não deis lugar ao Diabo” (Efésios 4.27). Na luta contra o reino
das trevas é importante destacar este aspecto. O inimigo atua, mas ele só
prevalece quando as pessoas abrem espaço para que assim aconteça.
O pecado na vida da pessoa é sempre um facilitador para a ação maligna. A
Palavra de Deus exorta: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo
que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na carne, da carne
ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito ceifará a vida eterna”
(Gálatas 6.7-8). Em Filipenses 4.8 lemos: “Quanto ao mais, irmãos, tudo
que é verdadeiro, tudo que é o honesto, tudo o que é justo, tudo que é puro,
tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum
louvor, nisso pensai”.
Há muitas coisas que podem facilitar a interferência do maligno na vida das
pessoas, inclusive dos crentes em Jesus: amarguras não confessadas, ódios
acumulados no coração, mentira, imoralidade e todas as formas de pecados não confessados
e abandonados, podem constituir brechas perigosas para que o inimigo traga
perturbação à vida de uma pessoa ou de uma família.
Exercendo
autoridade
Você pode se
impressionar com o fato de que centenas de milhares de automóveis e caminhões
que transitam pela movimentada avenida obedeçam rigorosamente ao pequeno guarda
que se posiciona no cruzamento. Ele é mesmo franzino, não tem títulos
universitários e parece não ter muitos expedientes que lhe garantam vantagem em
uma luta corporal na qual venha a estar eventualmente envolvido. No entanto, o
caminhão Scania para imediatamente ao aceno firme da mão do baixinho.
Qual seria a explicação desse fenômeno? Chamamos a isto de autoridade. A
farda que o policial veste significa que ele está ali em nome da lei,
representando toda a sociedade e desobedecê-lo é ofender uma comunidade
inteira. É desafiar aqueles que o constituíram. Ninguém o faria
impunemente. Este é o segredo do guarda de trânsito. Ele tem
autoridade delegada.
Tal é igualmente a condição do cristão. A autoridade que ele exerce é uma
delegação do Reino dos Céus e dAquele que disse: “É-me dada toda a autoridade
nos céus e na terra” (Mateus 28.18). Não importa quão pequeno, humilde e
frágil seja o cristão. Ele está revestido da autoridade de Jesus
Cristo. E, cabe a ele exclusivamente exercer a autoridade que há no nome
poderoso e santo do Senhor. O problema muitas vezes é que temos
autoridade, mas não a exercemos.
Resistindo à
tirania das tendências
A
década de 90 foi marcada pela previsões apocalípticas e a análise de tendências
da sociedade. Entre muitos livros que foram escritos com este corte de
abordagem, um se destacou: “Megatrends” (Mega tendências), de Nasbitt.
Como acontece com pesquisas de opinião, questiona-se o papel deste tipo de
literatura. Seria uma análise neutra da realidade, ou seria parte de um
plano para impor esta pretensa realidade? O fato parece ser que muitos
passaram a tratar as anunciadas tendências da sociedade e da história como se elas
fossem irreversíveis ou inevitáveis. Mais do que tendências, elas seriam
imperativos. Daí, o movimento Nova Era passa a ser tratado como um dragão
cuja força totalitária não poderia ser impedida. As chamas de suas
narinas vieram de modo avassalador através da música popular, das artes
plásticas, do marketing das empresas, da embalagem dos produtos, do treinamento
de gerentes nas empresas, de sua influência na psicologia e nas terapias
alternativas, do discurso dos políticos, da moda no vestuário e de tantas
outras inúmeras formas. A igreja de Jesus também se assustou com estas
pretensas tendências como se elas não pudessem ser revertidas. Tal estado
de choque da igreja prejudica muito sua performance no mundo e na
sociedade. Não temos o que temer. A Palavra de Deus afirma: “E todo
espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas
este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que
está já no mundo. Filhinhos, sois de Deus e já os tendes vencido, porque maior
é o que está em vós do que o que está no mundo” (I João 4.3-4).
Portanto, os cristãos têm de resistir à tirania das tendências. Não
podemos nos conformar a elas. O Senhor Jesus nos instrui a resistirmos
aos ditados populares que muitas vezes a sociedade repete como se fossem
verdades absolutas. No capítulo 4 do Evangelho de João, após evangelizar
a mulher samaritana, o Senhor Jesus instrui os seus discípulos que vêm
trazer-lhe alimento. Ele exorta sobre a prioridade da obra de evangelização
e de missões ao declarar: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me
enviou e realizar a sua obra. Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que
venha a ceifa? Eis que eu vos digo: levantai os vossos olhos e vede as terras,
que já estão brancas para a ceifa” (vs 34-35).
O Senhor não queria que seus discípulos se conformassem a um ditado popular
como se ele fosse verdade absoluta. Os parâmetros para as suas
prioridades eram outros. O mesmo ocorre com a igreja em nossos
dias. Não podemos admitir as tendências como realidades
irreversíveis. Pregamos o evangelho para estabelecer o Reino de
Deus. E, para que a verdade de Deus seja feita “assim na terra como no
céu” (Mateus 6.10).
Cultivando
o sentimento de inconformação
Resgatar a vocação para o protesto e o boicote. A mensagem do evangelho é
essencialmente incomodatícia. Em última análise, pregamos o evangelho
para incomodar. Nossa pregação tem de ser como pedras nos rins da
sociedade. A presença da igreja no mundo só será relevante na medida em
que sua mensagem causar desconforto e o estilo de vida dos cristãos gerar
constrangimentos ao mundo. Se o mundo não se desconforta com a nossa
presença, então não estamos fazendo diferença. Neste sentido, um dos sentimentos
mais importantes no coração dos cristãos é o da inconformação. A Palavra
de Deus afirma que “o mundo jaz no maligno”. E, nós não vamos nos
acomodar a esta realidade. Estamos inconformados com o “status quo”, e
não vamos nos submeter a ele. Toda a ação evangelizadora e missionária
precisa ter este componente de inconformação e protesto. Pregamos o
evangelho para mudar isso na vida das pessoas e, por conseqüência, em suas
comunidades.
Temos
de resgatar nossa vocação histórica para o protesto e o boicote. A igreja
é a comunidade da inconformação e do protesto. A mensagem do evangelho
possui uma nuance subversiva que constitui sua essência. Pregamos o
evangelho para subverter os planos do Diabo e resgatar vidas da ignorância
espiritual e da escravidão ao pecado. A pregação do evangelho provoca
implosão nas estruturas Satânicas estabelecidas na sociedade e na cultura dos
povos e nações.
Orientando
a oração intercessória
Um dos nossos problemas cruciais com relação à obra missionária e à Batalha Espiritual
em que os missionários estão envolvidos nos campos é que nos falta objetividade
na oração intercessória. Por falta de informações mais precisas e
consistentes nossas orações se tornam genéricas e imprecisas. Considero
que quanto mais específicas e objetivas forem nossas orações, tanto
melhor. Algumas agências missionárias têm percebido esta necessidade e
providenciam informações mais ágeis para as igrejas e os intercessores.
Hoje, temos meios bastante eficazes para esta dinâmica de compartilhamento de
informações, como as cartas circulares regulares, os aparelhos de fax, o
correio eletrônico e outros expedientes que os missionários e suas agências
passam a usar com frutos muito abundantes. A partir do mapeamento
histórico, cultural, social e espiritual de uma comunidade a ser alcançada,
torna-se mais fácil mobilizar intercessores que guerreiem das trincheiras da
oração e assim participarem ativamente da conquista de vidas e nações para
Jesus. Além disso, tais procedimentos facilitam a mobilização da igreja
para oração, incentivam a boa vontade do povo para participar dos encontros de
oração e da intercessão individual e viabilizam o acompanhamento dos resultados
e respostas divinas às súplicas realizadas. Efésios 6.18-20 revela que o
apóstolo Paulo contava com as intercessões das igrejas em favor da obra
missionária na qual ele e seus companheiros estavam envolvidos.
Mobilizando o
exército do Senhor
Outro
aspecto a ser considerado é a mobilização do exército do Senhor para a batalha
mundial. Temos muitas agências missionárias e muitas igrejas envolvidas
com este mesmo mister. Mas, com certa freqüência percebemos que nos falta
mobilização adequada. O fator fundamental da mobilização é a unidade do
Corpo de Cristo, mas muitas vezes parece que estamos trabalhando isoladamente.
Louvamos a Deus por iniciativas que buscam corrigir tal situação. Podemos
citar o Congresso de Lausanne, na Suíça, na década de 70. Ainda os
congressos de evangelistas e pastores promovidos pela Associação Evangelística
Billy Graham nos anos de 1983, 1986 e 2000, em Amisterdã, na Holanda.
Ainda, o Movimento AD-2000 e seu esforça de mobilizar a Igreja do Senhor ao
redor do mundo para a intercessão e a obra missionária. Além destes,
muitos outros esforços têm sido feitos no sentido de estabelecer estratégias
para uma ação consistente da igreja em termos missionários e
evangelísticos. No Brasil, podemos citar os congressos Proclamai
promovidos pela Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira.
Parametrando
a pregação e o ensino
O
mapeamento estratégico de uma comunidade pode dar ao missionário e à igreja as
sinalizações quanto aos problemas mais recorrentes a às necessidades mais
agudas daquele povo. A partir daí, a mensagem pode ser mais
contextualizada e objetiva. O ensino e a pregação podem direcionar-se
mais objetivamente para aquilo que realmente as pessoas estão vivendo, as
dificuldades que mais impedem que elas recebam o evangelho e os impedimentos
mais fortes a que se apossem da vida abundante que Cristo lhes oferece.
Motivando
ministérios e a ação correta
Na proporção em que nossa
percepção se aguça com relação aos verdadeiros problemas de uma comunidade,
nossa oração se direciona e nossa ação se orienta. Muitos dos ministérios
que se despertam no seio de nossas igrejas são formas dos discípulos do Senhor
Jesus responderem às necessidades das pessoas que estão ao seu redor e na comunidade.
Quando nos envolvemos seriamente com a oração intercessória, logo somos
convencidos pelo Espírito Santo de que não nos basta apenas orar, é necessário
fazer alguma coisa. É este sentido que normalmente motiva o surgimento de
ministérios de caráter evangelizador e missionário e ações concretas nesse
sentido.
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